terça-feira, 17 de dezembro de 2013

CONSTELAÇÃO FAMILIAR - PAIS E FILHOS

Você já ouviram falar em Constelação Familiar?

     Trata-se de um método desenvolvido pelo alemão Bert Hellinger, em meados dos anos 80. O trabalho é uma forma de acessar o inconsciente pessoal e coletivo, que pode ser feito individualmente ou em grupos. Sua abordagem é Fenomenológica, pois não se trata de análise e sim de "ver" o que acontece.
     Hellinger descobriu que existe três leis básicas que fazem com que um Sistema Familiar e consequentemente os que pertencem à ele, tenham harmonia. Elas consistem em: Pertencimento; todos os membros da família ter a necessidade de Pertencem, ninguém pode ser excluído. Dar e Tomar; que é a balança dos relacionamentos. Hierarquia; a ordem hierárquica deve ser respeitada e honrada. Quando uma ou mais destas leis é transgredida, ocorrem o que se chama de Emaranhamentos, ou seja, doenças, morte, suicídio, tristeza, conflitos de todos os gêneros, etc.     Quando, dentro de uma Constelação você olha para isso e remodela, dentro da lei do amor, o emaranhado se desfaz, e a harmonia surge, muitas vezes atingido não somente quem Constelou e sim várias pessoas do Sistema Familiar.

     Hoje vou trazer um trecho do livro Ordens de Amor, que trata sobre o Dar e Tomar entre Pais e Filhos. A dinâmica entre Pais e Filhos ainda é muito Emaranhada e com apenas algumas mudanças de consciência, pode-se melhorar muito os relacionamentos.

    "Os pais dão aos filhos aquilo que eles próprios são. A isso nada podem acrescentar, disso nada podem tirar. Por isso, os filhos só podem aceitar os pais como eles são. Ao receberem dos pais nada podem acrescentar, do que receberam deles nada podem tirar. Isso é simplesmente assim. Os pais dão a seus filhos o que antes tomaram de seus pais e o que, como casal, tomaram um do outro. Tem uma qualidade totalmente diversa de quando presenteio a alguém o que tenho. Este é o primeiro ponto. Os filhos tomam, antes de tudo, seus pais como pais e secundariamente aquilo que os pais dão por acréscimo. Assim, cada um precisa tomar seus pais; quando aceita isso, ele os tem e está completo em si mesmo.
      Por outro lado, os pais dão aos filhos algo mais, além da vida, pois cuidam deles por muitos anos e de muitas maneiras. Isso os filhos também tomam. A soma de tudo isso resulta num desnível tão grande entre pais e filhos que estes jamais poderão compensar e retribuir. Sob a pressão desse desnível eles se desprendem dos pais, pois não suportam essa situação. Assim, esse desnível leva os filhos a se soltarem dos pais. Então passam adiante o que receberam deles, aos próprios filhos ou a outras pessoas, pelo engajamento social. É esta então a compensação.
     Esse ato de tomar é um ato de humildade. Significa meu assentimento à vida e ao destino tal como me foi predeterminado através de meus pais; aos limites que me foram impostos, às possibilidades que me foram dadas, aos emaranhamentos no destino desta família, na culpa desta família ou no que haja de pesado ou leve, etc.
     Quando pudermos imaginar que nos ajoelhamos diante de nosso pai e nossa mãe, inclinando-nos profundamente até o chão, estendendo as mãos à frente, com as palmas para cima dizendo: "Eu lhes presto homenagem", e pudermos olhar em seus olhos e agradecer pelo presente da vida; então poderemos experimentar em nós os efeitos desta concordância de forma leve e tranquila.
     Algumas pessoas julgam que, se tomarem seus pais dessa maneira, poderá infiltrar-se nelas algo de mau que receiam, por exemplo, um traço dos pais, uma deficiência, uma culpa. Então se fecham ao lado bom dos pais e não tomam a vida em sua totalidade.
    Muitos que se recusam a tomar completamente seus pais procuram compensar essa carência e, então, talvez, busquem a realização pessoal ou a iluminação espiritual. A busca destas metas não passa, neste caso, de uma busca secreta do pai não tomado ou da mãe não tomada. Contudo quem rejeita seus pais, rejeita a si mesmo e sente-se, nessa mesma medida, irrealizado, cego e vazio."