segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O que é constelar?

O que é constelar?? 


O que é uma Constelação Familiar?

O que aparece em uma Constelação Familiar? O que é aquilo que se monstra em uma constelação? E como pode ser que algo completamente desconhecido pode aparecer e se revelar? 

Estas perguntas devem ser repetidas cada vez novamente. 
É evidente que um campo sábio entra em ação em uma constelação. De acordo com as compreensões e o conhecimento de hoje, a Constelação Familiar, como se revela agora, está muitos anos a frente do tempo. A Constelação Familiar é um movimento externo de um acontecimento cósmico.
A pergunta: “Pode-se aprender a Constelação Familiar?” é respondida claramente por Bert Hellinger: Não. Porém o que podemos aprender é desaprender a nossa imagem de “certo” e “errado”; a imagem de um processo determinado para se livrar de um problema, e abdicar de uma interpretação. Isso significa que há uma única intenção: queremos constelar uma família. Isto acontece em sintonia com o cliente. 

A constelação pode ser relacionada da mesma forma a um meio profissional. Também um produto ou uma questão de decisão podem ser constelados. O procedimento numa constelação continua livre de qualquer intenção, de qualquer desejo e do medo. Da mesma forma livre do desejo de poder entregar um resultado. Respostas racionais são sempre suposições. Se estas condições são garantidas pelo constelador, então um outro campo, que torna qualquer intervenção desnecessária, se abre.
A pergunta é: Como podem o constelador e o cliente entrar em sintonia com o campo sábio? Como podem se deixar guiar para dentro dele, reconhecendo a boa solução para então aplica-la como insight na vida? 

Bert Hellinger diz: Podemos aprender a transformar o nosso ser, o nosso caráter, para resistir à tentação do “fazer”. Olhamos de forma centrada para o fenómeno. Assim nos tornamos o observador. E ao observar, o movimento cósmico se revela, que pode ser visto, vivido e compreendido por cada um.  De qualquer forma ele precisa permanecer no espaço sem interpretação. Aprender a Constelação Familiar segundo Hellinger® significa aprender uma abordagem completamente nova em relação ao desconhecido. A Constelação Familiar segundo Hellinger® não é nem um ofício nem um método. Ela é uma caminho, uma passagem para um outro plano, um outro nível de consciência. Ali todas as perguntas encontram o seu caminho e sua resposta. Podemos partir do princípio que tudo que acontece numa constelação, que revelou aquilo que foi e que será, sempre serve ao bem do cliente. Também se o cliente teve outra expectativa em relação à sua ideia da constelação. 

Se o cliente confiar no constelador, aquele resultado exato o indicará para um novo plano. O resultado de uma constelação indica um novo caminho e leva adiante, para muito além do pensamento e dos desejos. No entanto o constelador preciso ser capaz de suportar, e deixar o cliente suportar, o resultado de uma constelação. 
Aqui estamos falando sempre de uma Constelação Familiar segundo Hellinger®.

No início das constelações, Bert Hellinger pensava que a Constelação Familiar pertencia somente nas mãos de médicos e terapeutas. Entretanto ele revocou tal ideia. Ele reconheceu que os procedimentos e a abordagem necessários devem ser a partir de uma postura profundamente humilde, que esteja aberta e pronta para tudo que se observa. Um postura que não é orientada por um objetivo de forma curiosa ou “fazedora”. É uma absoluta confiança e entrega, sem saber por si mesmo aonde ou como o próximo passo leva adiante. Assim o constelador e o cliente podem estar presentes com absoluta atenção diante de um movimento de forma maravilhada.
A Constelação Familiar pertence em mãos responsáveis. O constelador deve estar diante das pessoas e da vida de forma consciente, atenciosa, cuidadosa, respeitosa e aberta. Esta é a tarefa de aprendizagem. A teoria pode ser encontrada em mais de 100 livros de Bert Hellinger.
A prática é descoberta de caso em caso de forma nova. Da mesma forma como não há duas pessoas iguais, não há duas constelações iguais. Seja relacionada a uma empresa ou a um relacionamento, à vida profissional ou privada, a doenças, à escolha vocacional ou a qualquer outra questão. Aqui estamos diante de uma transição para um ou mais campos sábios, movedores e poderosos. Eles podem ser descritos também como vários planos entrelaçados do “SER” todo-abrangente. 
Informações extraídas do site Oficial do Bert Hellinger.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Princípios do trabalho com Constelação Organizacional.

Princípios do trabalho de colocação organizacional

Passamos a descrever alguns princípios básicos que orientam o nosso trabalho.

1. O direito de vínculo

Nas organizações, todos têm o mesmo direito de fazer parte. Mas esse direito acarreta também a obrigação de prestar uma contribuição condizente com a respectiva posição dentro do sistema no sentido de conservar e renovar a organização (veja abaixo). Normalmente, a organização cuida por sua vez de seus funcionários incentivando-os, e os funcionários se mostram leais à organização e comprometidos com as metas desta. Se um dos dois lados lidar levianamente com a vinculação do outro (p. ex. praticando um ‘outsourcing’ insensível ou adotando uma mentalidade de receber tudo da empresa) surge uma espécie de hipoteca na organização que onera a relação de confiança dos funcionários e sua dedicação e vice-versa.
2. Dar e receber

Nas organizações existe portanto uma espécie de contabilidade (Boszomenyi-Nagy, 1981) sobre o que um tem dado ou negado ao outro. Balanços desequilibrados fomentam a insatisfação e sentimentos de culpa exigindo um ajuste. Quem sofreu injustiças ganha poder, e quem costuma dar mais do que receber promove a ruptura das relações. Tanto o assistencialismo exagerado quanto a exploração têm as suas conseqüências.

A troca do dar e receber cria também nesses sistemas, vínculos e obrigações recíprocas entre os funcionários e a organização (“Meu avó foi o número 143 na Bosch e eu também trabalho lá”). Em algumas empresas tradicionais, por exemplo, até há poucos anos era difícil ser dispensado um funcionário que se mostrasse leal para com a empresa, mesmo que cometesse alguns deslizes mais graves. Trata-se no entanto de um vínculo que é menos forte do que nas famílias. Quanto maiores e impessoais se tornarem as organizações (por exemplo os grupos multinacionais) e quanto maior for a mobilidade exigida, tanto menos esses processos serão considerados por ambas as partes.

3. Tem preferência quem está mais tempo na empresa

Quando se trata de funcionários do mesmo nível, tem direitos mais antigos aquele que está há mais tempo na empresa. Os que chegaram depois dele deverão respeitar esses direitos. Esse princípio se aplica sobretudo aos iniciadores e fundadores da organização. Mesmo que a preferência seja das pessoas hierarquicamente superiores, convém a estas que saibam apreciar a experiência e os méritos daqueles que chegaram antes delas na organização. Do contrário, as novas vassouras varrerão com menos eficiência.

4. A liderança têm prioridade

As organizações têm necessidade de liderança. Mas a liderança precisa ser justificada por meio de resultados e desempenho adequado na respectiva função. Só assim o dirigente passa a ter autoridade e estima em sua posição. Mitos do tipo “Somos todos iguais” só criam insegurança e conflitos de relacionamento. Nesse caso, a equipe fica preocupada em saber como o chefe gostaria de decidir, ou surgem longas discussões infrutíferas quando é necessário tomar uma decisão. Num grupo de iguais, cabe a prioridade ao iniciador. O responsável pelas finanças da organização que cuida da sobrevivência econômica do sistema tem prioridade sobre os demais dirigentes. Assim, num hospital cabe a prioridade ao diretor administrativo e não aos médicos-chefes.

5. É preciso reconhecer o desempenho

Quando alguns funcionários, apesar de posição e remuneração iguais, têm competências ou habilidades especiais que garantem o sucesso e o desenvolvimento da organização, é necessário que se dê a estes reconhecimento especial e incentivo pelas contribuições prestadas, para que possam continuar na organização.
Nas colocações, esse fato não costuma manifestar-se em posições especiais e sim por meio de observações de reconhecimento da parte de dirigentes (p. ex. “Reconheço o seu empenho e a sua contribuição para o nosso sucesso e fico feliz em poder continuar trabalhando com você.”) Quando alguém se sacrificou pela organização a ponto de perder até a vida por ela, convém manter viva a sua lembrança.

6. Ir embora ou ficar

Em colocações organizacionais também surge freqüentemente a pergunta: alguém precisa ir embora ou pode ficar? Pode ficar quem precisa da organização e que corresponde ao posto que ocupa e à função que exerce. Quem não precisa mais da organização pode perder alguma chance interessante se continuar dentro dela. Às vezes é necessário também que alguém vá embora porque prejudicou sistemática ou egoisticamente outros dentro do sistema. Caso ele não vá embora ou não seja mandado embora, surgem lutas, problemas relacionais, desmotivação e perda de confiança. Funcionários excluídos, indevidamente dispensados, expulsos ou não promovidos por motivos não técnicos costumam emperrar ou perturbar o clima da empresa, às vezes são representados e imitados por seus sucessores.
Às vezes fica claro que um nível hierárquico se tornou supérfluo ou que existem funcionários demais para o trabalho a ser feito. Nesse caso é possível verificar por exemplo que a respectiva equipe encontra a solução criativa, porém improdutiva, de se revezarem em faltas por motivo de doença. Por outro lado, a colocação pode mostrar também que existem postos sobrecarregados de funções.
Nos casos de demissão da organização é importante tanto para a organização quanto para o funcionário em questão que o desligamento se realize num clima de compreensão e respeito mútuo, para que a organização continue sem ter problemas e o ex-funcionário chegue bem em seu próximo emprego. Muitas vezes se enfraquece quem volta à organização da qual saiu.
Bons rituais de boas-vindas e de despedida facilitam esses processos nas organizações. Nas colocações, esses processos podem ser manifestados por exemplo pelo uso de determinadas frases.

7. Organizações são sistemas voltados para tarefas

Existem muitos grupo de trabalho que perderam de vista grande parte de suas tarefas. Os funcionários começam então a se ocupar consigo próprios, com problemas de relacionamento ou com queixas contra “os de cima” e a situação. Quando o coordenador de um grupo de CO chega a ter essa impressão, é importante confiar a alguém o cuidado com a tarefa, a meta ou os clientes.

8. Fortalecimento ou enfraquecimento?

Na colocação de uma organização fica logo patente se alguém ocupa seu lugar com energia boa e tranqüila ou se está enfraquecido. No lugar certo e adequado, a pessoa se sente segura, despreocupada e com boa energia. Por isso é tão importante encontrar esse lugar. Em postos usurpados, as pessoas têm fantasias de grandeza e de portam com arrogância. Em postos que enfraquecem, as pessoas não se sentem valorizadas, não se dão valor, ou falta-lhes apoio. Sensações de fraqueza reveladas por colocantes em colocações organizacionais estão freqüentemente ligadas a padrões ultrapassados e ao contexto de destinos familiares da origem.
9. O novo e o velho

Novas idéias são aceitas com dificuldade em organizações que não sabem dar valor àquilo que existe atualmente e que geralmente garantiu bons resultados durante longo tempo. É melhor prestar primeiro reconhecimento ao que existe, em vez de atacar logo o antigo para impor as suas próprias idéias e planos. O recém-chegado deve primeiro procurar orientar-se vendo aquilo que é válido dentro do sistema e inserindo-se nele. O mesmo vale também para grupos de projeto. Mas não é necessário mostrar a todo momento o quanto se estima o antigo. Trata-se sobretudo de uma atitude interior. Os convencidos atrapalham a sua própria vida e a dos outros na organização. Em geral não ficam por muito tempo. Com um procedimento desses, até reais competências podem ser mal empregadas provocando rupturas.
Extraído do site: http://www.vocevencedor.com.br/artigos/constelacoes-sistemicas/constelacoes-organizacionais

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Pais que amam seus filhos

"Filho, você é muito mais importante para mim do que seu pai/mãe."
"Filha você é mais valiosa no meu coração do que seu pai/mãe".
"Filho, não ame sua mãe/pai, ele/a não merece."
"Filha, não seja como seu pai/mãe"....

Ainda que não se fale abertamente estas frases numa família, estas e outras com sentido semelhante, às vezes são "verdades internas" para os pais e nutrem a atmosfera familiar com dinâmicas fatais na tríade relacional mais importante: Pai, Mãe, Filho.
É importante que os pais trabalhem estas "verdades internas" e as transformem, se for necessário, pois geram sofrimento nos próprios pais e nos filhos. Ajuda quando se abstém das expressões que ferem o outro progenitor na frente dos filhos, por mais enraivecidos ou magoados que estejam. Porém, é uma ajuda maior, o trabalho consigo mesmo para restaurar o amor ou pelo menos o respeito, e dar o melhor lugar no coração, frente à seus filhos. Inclusive quando se trata de casais infelizes ou de uma separação dolorosa ou turbulenta. Lembremos que os filhos são se separam dos Pais.
Outra situação importante é que de vez em quando os pais se dirigem aos filhos como se estes fossem mais importantes do que seu parceiro (a). Esta atitude não ajuda os filhos. Eles não necessitam ser mais importantes, ao contrário, necessitam sentir que o outro progenitor é mais importante do que ele, isto respeita a Ordem Hierárquica de chegada no Sistema Familiar. Quando um filho é mais importante do que o parceiro (a), isto não é um presente para filho e sim uma carga pesada.
É frequente que aquilo que um pai/mãe não encontra em seu parceiro (a), ou não recebeu de seus próprios pais, ou aquilo que faltou em sua família de origem, ou um sonho que não conseguiu realizar, seja transferido para o filho, e este, inconscientemente e com amor, aceita, a um alto preço, claro. O preço da sua liberdade. Os filhos precisam sentir-se livres para cumprir seu papel na vida. E o fazem melhor quando têm o apoio de seus pais. Outra coisa que pesa para os filhos é quando um dos pais despreza o outro. Se os pais têm esta atitude, é difícil o filho não desprezar a si mesmo.
Imaginemos filhos que quase tiveram a função de parceiro invisível de um dos pais, ou que significaram tudo para a mãe ou para o pai, ou que sentiram a proibição de amar o outro progenitor. Tristemente, nas constelações familiares é comum visualizar estas dinâmicas e os resultados são os mais desagradáveis: doenças, delinquência, violência, etc.
Portanto pais, comecemos a mudar as "verdades internas":

"Filho, em ti sigo amando seu pai/mãe, em ti o vejo e respeito".
"Filha, você é fruto do meu amor e da minha história com seu pai/mãe e o vivo como uma presente, uma benção."
"Filho, eu respeito a sua forma de viver e seu amor para com seu pai/mãe"

Estas são algumas frases que direcionam ao bem-estar e a alegria das crianças.
E os filhos recebem um dos maiores presentes em seu coração: ser amados tal como são e amar seus pais, porque assim também podem se amar, já
que no fundo, os filhos sabem que de alguma forma também são seus pais, ambos!

Artículo publicado en el Blog de Inteligencia Emocional y Social - 8 noviembre 2011.
Extraído do site de Joan Garrida.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

O que significa "Campo", termo usado nas Constelações Familiares

     Na rede de relações, formada pelos herdeiros e pelos ancestrais, cada indivíduo encontra-se, em um vasto mundo interconectado de possibilidades. Um grande entrelaçamento de heranças e histórias, que se impõe a serviço da continuidade da espécie e do equilíbrio do sistema. Neste entrelaçamento de heranças, as interligações passam a ser um fenômeno de redes. Redes embutidas em redes maiores formando um tecido informativo na transmissão do herdado.
     As conexões de um grupo familiar formam uma rede que conecta e sustenta o clã em seu destino. São padrões interacionais que se repetem em busca da completude no equilíbrio. O que não foi incluído, o que não foi elaborado pelas gerações anteriores, busca seu fechamento através dos representantes do clã que vivem no presente. Um conectado ao outro, um precisando do outro, em um movimento espiralado de pertencimento. Os descendentes, para existirem e terem uma identidade, estão ligados a seus ancestrais e estes solicitam a aqueles que “resgatem” suas pendências.
     No campo vivencial das Constelações Familiares, o cliente pode “materializar” suas histórias inconscientes em objetos de experiência consciente através dos representantes ou bonecos. Todos, cliente, facilitador e representantes, se encontram disponíveis nesse universo de possibilidades de consciência neste campo sutil de energia. Um campo que contém as informações das experiências vividas de todas as gerações, um campo de memória familiar formando um holograma do clã.

     Pode ser observado o fenômeno da transmissão de informações que surgem nas Constelações Familiares. Nestas, o acesso a informações que aconteceram em gerações anteriores sem o conhecimento do cliente é mostrado. Experiências vividas e suas emoções se mostram nos representantes que através dos movimentos dos seus corpos, contam as histórias passadas desconhecidas das gerações presentes.

Neste link, tem um vídeo onde Rupert Sheldrake explica algo sobre os Campos Morfogenéticos, teoria que dá sustentação à Constelação Familiar. Clique aqui para ver o vídeo

sábado, 5 de julho de 2014

Retornando ao lugar de Filho

     Não podemos alterar a realidade em que nascemos, desconhecemos a oportunidade de escolher a nossa atitude para com eles. Essa atitude é fundamental para o nosso sucesso ou fracasso na vida. Não podemos trocar ou mudar nossos pais, viemos depois e invertemos a ordem quando queremos que se harmonizem às nossas ideias. Eles nos corrigiram por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia e podem ter realizado seu trabalho com habilidade ou não, mas o que fizeram foi muito, foi tudo, nos geraram e nos conceberam a vida, o nosso maior presente, podemos existir.
     Por essa gratidão, uma relação saudável com nossos pais é base de bons relacionamentos afetivos e de sucesso na trajetória da vida. Nossos pais deram o suficiente, deram a vida e com a vida, a possibilidade de “mais uma vez” escolher o que fazer com a vida. Nossos pais nos dão a força da vida e tendo a vida, o mais é a nossa responsabilidade de construirmos. Essa construção pode ser trilhada por dois caminhos: o caminho do amor ou da dor.
     No caminho do amor, encontra-se a aceitação de tudo como é na comunhão com alma, uma comunhão com o todo maior, aceitando que somos uma parte deste todo maior. No caminho da dor, tencionamos o movimento de viver. Tencionamos porque colocamos intenção em nossas atitudes. Temos a ilusão que as nossas ideias e nossos desejos que nos conduzem, vivemos estacionados em nosso Self (ego), ego-centrados e separados da comunhão com o todo. Com essa ilusão entramos na tensão e permanecemos na luta “por aquilo que pensamos querer”. Permanecemos nas nossas ideias de controle e assim, continuamos nos detendo por tempo, às vezes por uma vida inteira.
     No caminho do amor encontra-se o nosso pertencimento na comunhão com a lei básica: “honra teu pai e tua mãe”. A honra é uma atitude do coração, não se refere a um ato ou comportamento, e sim à maneira como escolhemos nos relacionar com nossos pais no nosso coração. A escolha de sermos os filhos que devemos ser frente aos nossos pais, sermos sempre a criança frente a eles. A criança que os ama incondicionalmente e tudo aceita do jeito que é.
     Nenhuma criança até certa idade tem qualquer olhar avaliativo sobre seus pais, ou acha que seus pais deveriam ser diferentes do que são. Essas crianças não tem o olhar contaminado por críticas sobre seus pais, portanto, quando qualquer olhar aos pais for acompanhado de alguma dúvida ou avaliação, em relação a amá-los do jeito que são, já não é mais possível, o amor se perdeu do caminho certo. O amor incondicional aos pais foi desviado, saí do meu lugar.
     Enquanto eu permanecer no meu lugar de criança, frente aos meus pais, eles serão os grandes e eu tenho o meu lugar, eu pertenço. Eu tenho raízes, fico forte e completo, tenho futuro. Quanto mais nos tornamos crianças frente aos nossos pais, mais crescemos e mais filhos dos nossos pais somos. Nós crescemos na medida em que renunciamos ao que sentimos falta neles, permanecemos respeitando-os e honrando-os.
     Na medida que reconhecemos que eles não são a nossa ilusão, podemos reconhecer as suas crianças internas, também podemos compreender que eles receberam o que foi possível  dos seus pais. Podemos compreender que eles também têm faltas e passamos a amá-los nos pais deles. Quando não reconhecemos as nossas dificuldades e respeitamos as suas dificuldades, nós crescemos e, só assim, nos tornamos grandes em nossa pequenez frente a eles.

     Sem tomar tudo de nossos pais, parte de mim fica em falta. Quando criticamos algo em nossos pais, estamos criticando a nós mesmos. Quando rejeitamos algo em nossos pais, estamos rejeitando algo em nós mesmos. Ficamos sem uma parte de nós que, rejeitada , nos deixa na falta e assim, saímos da completude. Com eles grandes posso crescer e me sentir apoiado para ficar grande, posso tomar deles a força da vida, ser abençoado e ir adiante.

Adaptado de Marusa Gonçalves - Livro Constelações Familiares com Bonecos

quinta-feira, 26 de junho de 2014

O que significa Emaranhamento Sistêmico?

         Emaranhamento Sistêmico significa que alguém na família retoma e revive inconscientemente o destino de uma familiar que viveu antes dele.
       Se, por exemplo, numa família, uma criança foi entregue para adoção, mesmo numa geração anterior, então um membro posterior desta família se comporta como se ele mesmo tivesse sido entregue. Sem conhecer este emaranhamento ele não pode se livrar dele. A solução segue o caminho contrário: a pessoa que foi entregue para adoção entra novamente em jogo. É colocada, por exemplo, na Constelação Familiar. Quando essa pessoa volta a fazer parte do sistema familiar e é honrada, ela olha com afeto para os descentes e estes estão liberados do emaranhamento.
        Existe uma consciência de grupo que influencia todos os membros do sistema familiar. A estes pertencem os filhos, os pais, os avós, os irmãos dos pais e aqueles que foram substituídos por outras pessoas que se tornaram membros da família, por exemplo, parceiros anteriores (maridos/mulheres) ou noivos (as) dos pais. Se qualquer um destes membros do grupo foi tratado injustamente, existirá neste grupo uma necessidade irresistível de compensação. 
      Isso significa que a injustiça cometida em gerações anteriores será representada e sofrida posteriormente por alguém da família para que a ordem seja restaurada no grupo. A consciência do grupo atende à lei de que quem pertenceu uma vez ao Sistema tem o mesmo direito de pertencimento dos outros. Essa injustiça é expiada  através do Emaranhamento sem que as pessoas afetadas saibam disto.

Bert Hellinger - Criador das Constelações Familiares em seu livro: Constelações Familiares: o reconhecimento das ordens do amor.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

As três Consciências dentro das Constelações Familiares

     Neste texto vamos aprofundar um pouco sobre as Consciências, tão abordadas nas Constelações Familiares. Assim, é possível entender em que nível de consciência pode estar um sintoma, um tema.
     Bert Hellinger aponta três campos espirituais de consciência: Consciência Pessoal, Consciência de Grupo e Consciência Universal/Espiritual. Cada qual com seu alcance, funcionamento e ordens. Todas as consciências se completam na consciência maior, a Universal, do amor do espírito*.
     Nestes campos espirituais de consciência, elas servem a três condições ou necessidades preestabelecidas para os relacionamentos humanos, que dão força ou fraqueza à alma. As Ordens do Amor se referem ao vínculo, com a força do pertencimento, ao equilíbrio, com a força da compensação, e a ordem, com a força da ordem de chegada e o lugar de cada um no sistema. Estas condições se complementam atuando juntas e são experimentadas como nossa consciência.
     Cada uma destas condições tenta impor seus objetivos através de um sentimento de “culpa” e “inocência”, em conformidade com o fim e a necessidade a que servem. No vínculo, a culpa é experimentada como exclusão e distância, e a inocência como conforto e proximidade. No equilíbrio entre o dar e tomar das relações, a culpa é sentida como obrigação e a inocência como liberdade ou reivindicação. Na ordem, a culpa é vivida como transgressão e medo de punição e a inocência como retidão e lealdade.
     Assim, “culpa e inocência” são dois lados da mesma moeda que se encontram a serviço das Ordens do Amor, em suas diferentes instâncias de consciências: pessoal, coletiva e universal. Estas condições acompanham o movimento contínuo no amor do espírito.
     O padrão da consciência é determinado pelo grupo e pelas pessoas com quem nos relacionamos. Pertencemos a diferentes grupos, desde o familiar, profissional ou de estudos, religiosos, sociais. Desenvolvemos um padrão de consciência diferenciado com cada grupo e com cada pessoa do grupo. Portanto, desenvolvemos consciências distintas com as diferentes pessoas.
     A Consciência Pessoal é regida pela dinâmica “culpa e inocência” permeando conceitos de moralidade, baseado no “certo e errado”, a qual está diretamente ligada a valores familiares e à educação recebida.
     Na Consciência do grupo, a consciência deixa de ser pessoal e passa a estar ligada ao grupo. Aqui se faz presente um poder de atuação inconsciente, o poder da alma do grupo. Este poder cobra qualquer desrespeito para com o grupo, em relação às forças de vínculo, compensação e ordem. O poder da Consciência do grupo é maior do que a Pessoal, não observando consequências individuais ou questões de justiça.
     Nesta Consciência, o princípio da ordem é determinante e os membros que chegam por último aos sistemas são escolhidos pelos emaranhados sistêmicos. Assim, o membro familiar posterior que vive agora responde pelos membros anteriores, que já morreram. Na justiça da Consciência do grupo, quem veio depois, está a serviço das forças do vínculo e pertencimento, independente da vontade e compreensão.
     Hellinger observou que esta lealdade é regida pela hierarquia e é mais forte em pessoas que ocupam posição inferior nos grupos, como os filhos em uma família e funcionários em um nível inferior de uma empresa.
     Ele também estrutura sua filosofia sobre a aceitação incondicional do outro e das coisas tal como são, se baseando no amor que tudo une, sem preconceitos, julgamentos ou controle. Para o amor do espírito não existe mais ou menos pertencimento, nenhum direito maior ou menor de pertencer, para ele, nada vai mais além do existir presente. O amor do espírito se mantém em movimento criador, presente em tudo. Percebemos nossa sintonia com este amor quando entramos em contato com a Consciência Espiritual.
     
O movimento do espírito é diferente do movimento da Consciência Pessoal, na qual culpa e inocência se encontram presentes. Nossa sintonia com a Consciência Espiritual é reconhecida quando nos encontramos na calma, sentida quando estamos em paz. Ela gera leveza.

*Clique aqui para ver texto onde explica sobre a terminologia “amor do espírito”.


Conceito básico das Constelações Familiares

     Criador das Constelações Familiares, Bert Hellinger nasceu na Alemanha em 1925, ex-seminarista católico, estudou filosofia, teologia e pedagogia. Conhecedor de vários modelos de terapia, incluindo psicoterapia de grupo, psicanálise, hipnoterapia, terapia primal, análise transacional e PNL. Desenvolveu então, a abordagem das Constelações Familiares e a concepção das Ordens do Amor ou Leis dos Relacionamentos Humanos.
      O termo original desta abordagem é “Familienaufstellung”, cujo sentido literal seria “colocar a família na posição”. Este termo traz a ideia inicial que era posicionar as pessoas em lugares específicos nos espaços, caracterizando as intervenções iniciais que datam da década de 80. A Constelação Familiar consiste no posicionamento físico/emocional de representantes dos elementos importantes do tema do cliente. Com a ajuda de um grupo terapêutico ou com bonecos, objetos ou âncoras de solo, mostram através dos movimentos, as conexões estabelecidas inconscientemente entre o tema (sintoma) e sua implicação sistêmica no grupo.
     Neste trabalho o movimento de harmonização das conexões estabelecidas nas relações, quaisquer que sejam, tem como meta o amor. Aqui, julgamentos e diferenciações entre “o bem ou o mal”, assim como ideias de “certo ou errado”, “inclusão ou rejeição”, “melhor ou pior”, ou ainda a diferença entre “vida e morte”, deixaram de ter separação. A separação não existe quando se apropria de uma consciência maior, em uma dimensão espiritual. Esta consciência maior é uma consciência criativa que cria tudo e está sempre em movimento, chamada pelo autor de Consciência Universal ou Consciência Espiritual.

    Para Bert Hellinger, este amor, que ele denomina de amor do espírito, é uma atitude. Aceita tudo tal como é, simplesmente porque existe. Esse amor desconhece o julgamento que decide se algo deve existir ou não, pois só o fato de que algo existe significa que foi pensado por um espírito criador, tal como é, e assim é amado.

Adaptado de Marusa Helena das Graças Gonçalves

quarta-feira, 30 de abril de 2014

A Ajuda, pela Visão das Constelações Familiares

Nós, seres humanos, dependemos, sob todos os aspectos, da ajuda dos outros, como condição de nosso desenvolvimento. Ao mesmo tempo, precisamos também de ajudar outras pessoas. Aquele de quem não se necessita, aquele que não pode ajudar outros, fica só e se atrofia. O ato de ajudar serve, portanto, não apenas aos outros, mas também a nós mesmos. Via de regra, a
ajuda é um processo recíproco, por exemplo, entre parceiros. Ela se ordena pela necessidade de compensar. Quem recebeu de outros o que deseja e precisa, também quer dar algo, por sua vez, compensando a ajuda.
Muitas vezes, a compensação que podemos fazer através da retribuição é limitada. Isso ocorre, por exemplo, em relação a nossos pais. O que eles nos deram é excessivamente grande, para que o possamos compensar dando-lhes algo em troca. Só nos resta, em relação a eles, o reconhecimento pelo que nos deram e o agradecimento que vem do coração. A compensação pela doação, com o alívio que dela resulta, só se consegue, nesse caso, repassando essa dádiva a outras pessoas: por exemplo, aos próprios filhos.
Portanto, o processo de tomar e de dar se processa em dois diferentes patamares. O primeiro, que ocorre entre pessoas equiparadas, permanece no mesmo nível e exige reciprocidade. O outro, entre pais e filhos, ou entre pessoas em condição superior e pessoas necessitadas, envolve um desnível. Tomar e dar se assemelham aqui a um rio, que leva adiante o que recebe em si. Essa forma de tomar e dar é maior, e tem em vista também o que virá depois. Nesse modo de ajudar, o que foi doado se expande. Aquele que ajuda é tomado e ligado a uma realização maior, mais rica e mais duradoura.
Esse tipo de ajuda pressupõe que nós próprios tenhamos primeiro recebido e tomado. Pois só então sentimos a necessidade e temos a força para ajudar a outros, especialmente quando essa ajuda exige muito de nós. Ao mesmo tempo, ela parte do pressuposto de que as pessoas a quem queremos ajudar também necessitam e desejam o que podemos e queremos dar a elas. Caso contrário, nossa ajuda se perde no vazio. Então ela separa, ao invés de unir.
Devemos, portanto, dar apenas o que temos, e esperar e tomar somente aquilo de que necessitamos. A desordem começa quando uma pessoa quer dar o que não tem, e a outra quer tomar algo de que não precisa; ou quando uma espera e exige da outra algo que ela não pode dar, porque não tem. Há desordem também quando uma pessoa não tem o direito de dar algo, porque com isso tiraria da outra pessoa algo que somente ela pode ou deve carregar, ou que somente ela tem a capacidade e o direito de fazer. Assim, o dar e o tomar estão sujeitos a limites, e pertence à arte da ajuda percebê-los e respeitá-los.
Essa ajuda é humilde, e muitas vezes, em face da expectativa e da dor, ela renuncia a agir. Essa humildade e renúncia contradizem muitas concepções usuais sobre a correta maneira de ajudar.  A ajuda está a serviço da sobrevivência, por um lado, e da evolução e do crescimento, por outro. Todavia, a sobrevivência, a evolução e o crescimento também dependem de circunstâncias especiais, tanto externas quanto internas. Muitas circunstâncias externas são preestabelecidas e não são modificáveis: por exemplo, uma doença hereditária, as consequências de acontecimentos ou de uma culpa. Quando a ajuda deixa de considerar as circunstâncias externas ou se recusa a admiti-las, ela se condena ao fracasso.
Para muitos ajudantes, o destino da outra pessoa pode parecer difícil, e gostariam de modificá-lo; não, porém, muitas vezes, porque o outro o necessite ou deseje, mas porque os próprios ajudantes dificilmente suportam esse destino. E quando o outro, não obstante, se deixa ajudar por eles, não é tanto porque precise disso, mas porque deseja ajudar o ajudante. Então, quem ajuda realmente está tomando, e quem recebe a ajuda se transforma em doador.
O trabalho da constelação familiar aproxima o que antes estava separado. Nesse sentido, ele está a serviço da reconciliação, sobretudo com os pais. O que impede essa reconciliação é a distinção entre bons e maus membros da família, tal como é feita por muitos ajudantes, sob o influxo de sua consciência e de uma opinião pública presa nos limites dessa consciência. Por exemplo, quando um cliente se queixa de seus pais, das circunstâncias de sua vida ou de seu destino, e quando um ajudante se associa à visão desse cliente, ele serve mais ao conflito e à separação do que à reconciliação. Portanto, alguém só pode ajudar, no sentido da reconciliação, quando imediatamente dá um lugar em sua alma à pessoa de quem o cliente se queixa. Assim, o ajudante antecipa na própria alma o que o cliente ainda precisa realizar na sua.

Adaptado do livro Ordens de Ajuda, Bert Hellinger, criador das Constelações Familares Sistêmicas

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Perguntas e Respostas sobre Constelações Familiares

O que é constelação familiar?
Trata-se de um método de ajuda baseado nas descobertas do alemão Bert Hellinger, que utiliza de pessoas que estão presentes no grupo como representantes para membros da família ou grupo social do cliente. Hellinger descobriu 3 (três) leis naturais que regem os relacionamentos humanos e tais leis são tão verificáveis quanto a lei da gravidade, se nos dermos ao trabalho de observar. São também chamadas de 3 leis do amor que são: hierarquia (estabelecida pela ordem de chegada), pertencimento (estabelecido pelo vínculo), equilíbrio (estabelecido pelo dar e tomar/receber). Quando tais leis são violadas numa família, surgem compensações que atuam nos membros da mesma, como: depressões, doenças, problemas nos relacionamentos, dificuldades financeiras, etc . Graças à representação, o cliente pode perceber para onde olha o seu amor e o que ele pode fazer para que tais leis possam ser novamente respeitadas. Então ele pode, talvez, enxergar o próximo passo que o conduza de uma maneira mais leve na vida, solucionando a questão que o incomoda.

Por que o nome "Constelações"?
O nome original do trabalho desenvolvido por Bert Hellinger em alemão é Familienaufstellung e significa, numa tradução literal, "Colocação [Representação] familiar". Porém o verbo "stellen" em alemão foi traduzido ao inglês como "constellate", ou seja, posicionar certos elementos numa configuração dada. Como o primeiro livro traduzido ao português veio do inglês e não do original em alemão, foi então traduzido como "constelações familiares". O termo "constelação" aqui nada tem a ver com estrelas, astrologia, esoterismo ou similares, mas tem sim uma conotação de uma representação, uma colocação onde os elementos são posicionados numa certa configuração de relações.

Esta abordagem tem algo em relação a alguma religião?
Não. A abordagem não está ligada a nenhuma religião ou credo. Também não pressupõe a necessidade de que o cliente creia em nada de antemão. É uma abordagem empírica e é baseada na própria percepção do cliente e dos representantes. Quem quer que misture essa abordagem com religião não está seguindo a metodologia segundo ela foi criada.

Qual é a base científica para  os fenômenos observados nas constelações familiares?
O fenômeno das constelações é ainda algo em estudos. Não se firmou totalmente a base científica para o mesmo, mas os melhores estudos a respeito foram feitos pelo biólogo inglês Rupert Sheldrake, que criou a Teoria dos Campos Morfogenéticos e estudou o fenômeno também em animais com grande êxito. Ele publicou diversos livros sobre o fenômeno e executou inúmeras pesquisas cientificas com grande rigor estatístico. Os livros dele foram traduzidos para  o português, sendo alguns dos mais conhecidos: "Por que os cães esperam seus donos" e "A sensação de estar sendo observado," que foram publicados pela editora Cultrix. As pessoas interessadas em compreender melhor esse fenômeno devem buscar ter as respostas através de estudos como o de Sheldarake, pois durante nossos cursos  não nos ocupamos em explicar ou estudar o fenômeno em si, apenas o utilizamos em benefício do cliente para auxiliá-lo a esclarecer suas questões.

O que seria um Workshop de Constelação Familiar?
Um workshop vivencial é uma experiência, geralmente de 1 dia, onde se reúnem pessoas que desejam solucionar alguma questão pessoal. Num workshop assim, a proposta é única, e somente trabalharmos com o interessado durante aquele evento, a partir de uma necessidade trazida por ele. 

Posso ir com meu parceiro (a)?
Claro! O trabalho de um cônjuge, mesmo que seja de um tema pessoal, permite ao outro que o acompanha, perceber como os movimentos de amor de seu parceiro (a) se desenvolvem. Permite ver como por trás do que o outro faz atua um amor profundo, antes não percebido e isso enriquece a relação e a compreensão mutua. Há exceções é claro, por exemplo, quando um dos cônjuges não deseja que o outro vá. Nesses casos, o melhor é aceitar a necessidade de privacidade do outro. No entanto, temos recebidos muitos casais em nossos Treinamentos e o que se mostra é que eles se unem ainda mais, caminham e crescem juntos!

Posso constelar para meu filho?
Isso depende. Por regra, os pais podem fazê-lo por seus filhos pequenos, mas nem sempre pelos filhos adultos. O motivo é simples. Uma criança está sob grande influencia de seus pais e portanto, muitos dos fatores que atuam numa criança passam pelo comportamento dos pais. Já com filhos adultos, a chance de que uma mudança no comportamento dos pais possa vir a ter algum efeito nos mesmos é muito menor. 

Posso colocar uma questão de saúde?
Sim. Atente, porém que esse trabalho não é um substituto para o tratamento médico adequado. Temos tido experiências muito enriquecedoras trabalhando com esse tema.

É necessário que o cliente saiba de todas as informações relativas a seus pais, avós e bisavós?
Não. Não é necessário. Como regra, quase sempre aquilo que atua em uma família nem sempre é totalmente sabido por todos os membros dessa família. Por exemplo, é comum que relações amorosas dos pais ou avós que antecedem o casamento dos mesmos sejam pouco conhecidas pelos filhos ou netos. Sendo assim seria inútil a alguém querer saber de antemão todas as informações relevantes, mesmo porque essa pessoa não saberia exatamente que informações buscar e nem com quem da família deveria fazê-lo. Habitualmente as constelações tem a propriedade de descortinar as informações cruciais que tem relevância. Aliás, esse é o maior mérito dessa abordagem. Assim sendo, para quem deseja participar, sugerimos apenas relaxar e participar sem se ocupar em levantar informações prévias. O essencial se mostra através do trabalho em si.

Posso constelar e ir embora?
Pode. Porém é uma pena, por várias razões. A primeira é que num workshop o trabalho dos demais integrantes é uma grande oportunidade de aprendizado para todos. A segunda é que sendo representante ou assistindo ganha-se ainda muito mais. Assim você pode sair de um workshop com muito mais. Além do que foi buscar com sua questão especifica, ou seja, o maior aproveitamento esta em participar todo o tempo.A terceira é que para que um integrante tenha a oportunidade de ter sua família representada, ele usa os demais integrantes do grupo como representantes, se cada pessoa for indo embora na medida que constela, quem estará disponível para os demais que ficaram? 

Posso colocar mais de uma questão num mesmo workshop?
Não. Há muitas razões pelas quais isso não é desejável. Além das restrições de tempo, observamos ao longo dos anos que uma constelação produz um profundo efeito na pessoa que a experimenta. Houve situações no início de nossa experiência com as constelações em que fizemos com alguns clientes mais de uma constelação no mesmo workshop. O que observamos é que a pessoa ficava bastante "sobrecarregada" e cansada. Além disso, a consecução de dois trabalhos num intervalo de tempo tão curto produz uma certa "perda de foco" no cliente que se vê avassalado por uma grande carga de informação emocional. Sendo assim, não recomendamos e nem procedemos a mais de uma constelação com o mesmo cliente num único workshop.

Quero ler algo sobre esta abordagem, onde posso encontrar?
Hoje, graças ao trabalho que também desenvolvemos junto à Editora Atman, existem muitos títulos traduzidos para o português. Há duas editoras que traduzem e publicam trabalhos de Hellinger e outros autores sobre Constelações Familiares: a editora Cultrix (www.cultrix.com.br) que tem 9 títulos publicados sobre esse tema e a editora Atman (www.atmaneditora.com.br) com 20 títulos publicados. Essa última editora também publica DVD’s com vídeos de trabalhos de Bert Hellinger, e não cobra frete no envio de mercadorias para todo o Brasil, o que facilita as compras através do site. Você também pode encontrar os livros da Cultrix no site da Atman. Há ainda alguns textos em nosso site sobre diversos temas relacionados à abordagem. 

É indicado que vá a família inteira para constelar?
Não é preciso, no entanto isso não é proibido. Já tivemos diversas situações onde muitos membros de uma mesma família estavam presentes num grupo, e em todas as ocasiões sempre se mostrou útil para todos. Porém, quando se trabalha numa constelação sempre precisamos ter em conta que o melhor interesse de todos os membros familiares deve ser levado em consideração e o respeito por todos é uma condição primordial para o trabalho, estando esses presentes ou não.

Posso colocar uma questão empresarial?
Claro. As empresas também estão submetidas às mesmas leis que regem as relações humanas, pois são compostas por pessoas. Nesse caso, porém, temos que levar em conta que somente podemos trabalhar com questões onde o participante tem poder de mudar, ou seja, não podemos constelar uma questão onde o poder de decisão na verdade pertence à outra pessoa, como por exemplo o meu chefe ou o dono do negócio no qual sou empregado. Posso, entretanto, constelar o departamento do qual sou chefe, pois aí tenho poder de decisão.

É possível constelar problemas com o dinheiro?
Sim, perfeitamente. Tais questões via de regra tem profundas ligações com as relações dentro da família. Muitas dinâmicas surpreendentes, envolvendo dificuldades com dinheiro, vem à luz através das constelações.

Tenho que tomar uma decisão séria em minha vida, posso constelar isso?
Sim, e inclusive a constelação habitualmente pode revelar muito sobre a situação em si, ampliando a visão de quem necessita tomar uma decisão sobre as muitas questões contextuais que quase sempre a pessoa envolvida não consegue perceber por estar muito “dentro” da questão. No entanto, isso não deve ser usado como uma prescrição.

Estou grávida, posso participar de um workshop e/ou treinamento?
Claro, desde que não seja uma gravidez de risco, já que essa requer muitas vezes até mesmo repouso relativo da gestante. Porém é preciso que o(s) facilitador(es) e o organizador seja(m) informado(s) do fato de você estar grávida de modo a proporcionar-lhe mais conforto durante o evento.

Posso constelar uma questão da minha sobrinha que mora com meus pais?
Não, nesse caso a mãe ou pai da sobrinha talvez pudessem, mas a tia ou o tio não tem tal autoridade, mesmo que ame muito a sobrinha. Isso seria se colocar acima dos pais, mesmo que com muito amor.

Estou tomando medicamento antidepressivo, posso participar de um workshop vivencial?
Sim, pode. O trabalho com as constelações não é um substituto para o tratamento médico, mas é um ajudante poderoso. Não recomendamos a ninguém que retire seus medicamentos e nem prescrevemos medicamentos a ninguém no trabalho de constelações. No entanto, se você estiver tomando alguma medicação que altere seu estado de consciência, por exemplo lhe deixa apático, sonolento etc., sugerimos que aguarde, pois o seu aproveitamento poderá ser bastante prejudicado.

É possível um deficiente físico constelar?
Sim, claro.A deficiência física não interfere no trabalho. Recebemos pessoas com limitações físicas e isso nunca foi um fator que o impede de participar, inclusive são convidados a serem representantes como qualquer outro membro do grupo.

Sou muito cético, mesmo assim seria possível aproveitar algo desta abordagem?
Essa é uma abordagem empírica, ou seja, baseada na observação direta dos fenômenos que percebemos no cliente e nos representantes. Um ceticismo saudável é sem dúvida uma boa postura para quem deseja algo de qualquer abordagem, e também é o caso das constelações. Não é necessário nenhuma fé, crença, religião etc. para poder participar e aproveitar algo. Hellinger descobriu certas leis naturais que regem os relacionamentos humanos e tais leis são tão verificáveis quanto a lei da gravidade, se nos dermos ao trabalho de observar. Aliás, sempre sugerimos aos participantes que não “acreditem” em nada daquilo que falamos, mas que verifiquem pela própria observação.

Por ser um trabalho em grupo, me preocupo se haverá exposição.
Nesse trabalho não solicitamos dados ou detalhes pessoais de foro íntimo. Também o cliente sempre tem a possibilidade de se recusar a revelar algo que considere constrangedor e parar o trabalho, a seu pedido. Porém a atmosfera respeitosa e de não-julgamento que impera no trabalho de constelações via de regra faz com que tais preocupações sejam infundadas. Por outro lado, geralmente as famílias, mesmo diferentes, tem histórias similares.

Eu e minha esposa não estamos nos entendendo muito bem e gostaríamos de saber mais sobre este trabalho e como ele poderia nos ajudar.
Essa é uma abordagem muito útil para casais com dificuldades. Muitas vezes, os parceiros se amam, querem muito seguir juntos de uma boa maneira, mas tem dificuldades. Aquilo que leva a tais dificuldades pode se originar de questões ligadas a lealdades inconscientes de um ou ambos os parceiros a fatos e problemas ocorridos na maioria das vezes, na família de origem de cada um ou a questões ligadas ao próprio casal e que não são adequadamente solucionadas antes, como a questão do equilíbrio entre eles. Para aqueles que querem saber mais, sugerimos a leitura dos livros: - Para que o amor dê certo, Bert Hellinger – editora Cultrix (www.cultrix.com.br) - Amor a segunda vista, Bert Hellinger – editora Atman (www.atmaneditora.com.br)

Perguntas retiradas do site: http://www.institutohellinger.com.br/