“No Renascimento consideramos que
há 9 traumas humanos. Também chamamos de inibidores da felicidade humana.
Os traumas humanos nos
desconectam de nossa natureza divina. Estes inibidores de nosso estado natural
de benção nos fazem esquecer quem somos na realidade e nos empurram a criar
mecanismos de autodefesa.
Durante os primeiros anos do
movimento de Renascimento, Leonard Orr falava de cinco grandes traumas: o
trauma do nascimento, negativos específicos, síndrome da desaprovação parental,
impulso subconsciente de morte e as vidas passadas. Anos mais tarde incorporou
o trauma da escola, o trauma da religião e a senilidade. Em 2009, decidi
acrescentar a repressão do feminino. Hoje falarei um pouco sobre o trauma de nascimento.
Durante o ciclo de dez sessões,
se trabalha com os traumas humanos. De sessão em sessão, o renascedor aprofunda
nas questões específicas do nascimento e infância do cliente. Desta forma, se
mostra com clareza quais destes traumas o afeta mais e normalmente se começa
por aí.
As sessões de renascimento
reparam o dano físico, mental e emocional produzido no nascimento como
resultado da luta por tomar a primeira respiração.
Talvez o nascimento seja o
momento mais difícil da vida e a dor principal é causada por vários fatores,
desde a ignorância dos profissionais implicados, até a forma do parto (cesárea,
fórceps, etc).
Esta é a razão principal pelo
qual as pessoas subventilam quando respiram; seu mecanismo respiratório está
inibido porque estão reprimindo o medo que sentiram de seu nascimento. A
maioria das pessoas necessitam várias sessões de Renascimento para poder
sentir-se o suficientemente seguras para se conectar neste medo e liberá-lo.
Durante nosso nascimento tomamos
nossa primeira respiração, cristalizamos esta primeira experiência do universo
físico e extraímos muitas conclusões sobre nós mesmos e sobre o mundo. Tristemente
esta experiência frequentemente é dolorosa.

Como o nascimento é uma
co-criação entre o bebê e seus pais, prover um nascimento natural e amoroso é a
forma no qual, todos podem curar-se e começar a ter relações amorosas e
respeitosas.
A falta de preparação deixa lugar
a todo tipo de práticas desnecessárias e traumáticas, tanto para a mãe como
para o bebê. Desta forma, se perpetua a ideia de que a vida é uma luta e que é difícil
o que propicia a violência neste mundo.
A chegada de um novo ser a este
mundo é um acontecimento absolutamente sagrada e deveria ser um ato de amor,
segurança e respeito. Frederick Heboyer, primeiro médico francês que começou a trabalhar
com o parto natural, demonstra em suas pesquisas que os bebês nascidos sem
violência chegam a ser crianças mais tranquilas e adultos mais equilibrados.
Impressiona, às vezes, a raiva e
a dor que pode chegar a expressar através dos gritos do bebê que teve um
nascimento violento e não respeitado. O
cordão umbilical, por exemplo, deveria ser cortado vários minutos depois do
nascimento do bebê. É importante que o bebê tome suas primeiras respirações com
o cordão umbilical intacto e com toda a segurança que ele transmite. Quando se
corta o cordão enquanto ele ainda pulsa, faz com que o bebê sinta que não
recebe ar e que vai morrer. Como consequência, toma sua primeira respiração com
urgência, escassez e dor.
Cada tipo de nascimento imprime
uma memória celular que tem impacto enorme sobre a pessoa. Embora cada situação
seja única e cada bebê tem sua própria forma de interpretar a realidade, as
pesquisas revelam padrões parecidos segundo cada tipo de nascimento. A forma
como nascemos é também nosso primeiro êxito na vida, e nosso subconsciente
registra todos os momentos pelos quais passamos como modelo de êxito. Costumamos
repetir este “guia” em muitas áreas de nossa vida, principalmente quando
fazemos algo novo. Por isso, é importante mudar as partes dolorosas deste “guia”.”
Texto de Fanny Van Laere