Neste texto vamos aprofundar um
pouco sobre as Consciências, tão abordadas nas Constelações Familiares. Assim,
é possível entender em que nível de consciência pode estar um sintoma, um tema.
Bert Hellinger aponta três campos
espirituais de consciência: Consciência
Pessoal, Consciência de Grupo e Consciência Universal/Espiritual. Cada qual
com seu alcance, funcionamento e ordens. Todas as consciências se completam na
consciência maior, a Universal, do
amor do espírito*.
Nestes campos espirituais de
consciência, elas servem a três condições ou necessidades preestabelecidas para
os relacionamentos humanos, que dão força ou fraqueza à alma. As Ordens do Amor se referem ao vínculo, com a força do pertencimento,
ao equilíbrio, com a força da
compensação, e a ordem, com a força
da ordem de chegada e o lugar de cada um no sistema. Estas condições se
complementam atuando juntas e são experimentadas como nossa consciência.
Cada uma destas condições tenta
impor seus objetivos através de um sentimento de “culpa” e “inocência”, em
conformidade com o fim e a necessidade a que servem. No vínculo, a culpa é
experimentada como exclusão e distância, e a inocência como conforto e proximidade.
No equilíbrio entre o dar e tomar das relações, a culpa é sentida como
obrigação e a inocência como liberdade ou reivindicação. Na ordem, a culpa é
vivida como transgressão e medo de punição e a inocência como retidão e
lealdade.
Assim, “culpa e inocência” são
dois lados da mesma moeda que se encontram a serviço das Ordens do Amor, em
suas diferentes instâncias de consciências: pessoal, coletiva e universal.
Estas condições acompanham o movimento contínuo no amor do espírito.
O padrão da consciência é
determinado pelo grupo e pelas pessoas com quem nos relacionamos. Pertencemos a
diferentes grupos, desde o familiar, profissional ou de estudos, religiosos,
sociais. Desenvolvemos um padrão de consciência diferenciado com cada grupo e
com cada pessoa do grupo. Portanto, desenvolvemos consciências distintas com as
diferentes pessoas.
A Consciência Pessoal é regida pela dinâmica “culpa e inocência”
permeando conceitos de moralidade, baseado no “certo e errado”, a qual está
diretamente ligada a valores familiares e à educação recebida.
Na Consciência do grupo, a consciência deixa de ser pessoal e passa a
estar ligada ao grupo. Aqui se faz presente um poder de atuação inconsciente, o
poder da alma do grupo. Este poder cobra qualquer desrespeito para com o grupo,
em relação às forças de vínculo,
compensação e ordem. O poder da Consciência
do grupo é maior do que a Pessoal, não observando consequências individuais
ou questões de justiça.
Nesta Consciência, o princípio da
ordem é determinante e os membros
que chegam por último aos sistemas são escolhidos pelos emaranhados sistêmicos.
Assim, o membro familiar posterior que vive agora responde pelos membros
anteriores, que já morreram. Na justiça da Consciência
do grupo, quem veio depois, está a serviço das forças do vínculo e
pertencimento, independente da vontade e compreensão.
Hellinger observou que esta
lealdade é regida pela hierarquia e é mais forte em pessoas que ocupam posição
inferior nos grupos, como os filhos em uma família e funcionários em um nível
inferior de uma empresa.
Ele também estrutura sua
filosofia sobre a aceitação incondicional do outro e das coisas tal como são,
se baseando no amor que tudo une, sem preconceitos, julgamentos ou controle. Para
o amor do espírito não existe mais ou menos pertencimento, nenhum direito maior
ou menor de pertencer, para ele, nada vai mais além do existir presente. O amor
do espírito se mantém em movimento criador, presente em tudo. Percebemos nossa
sintonia com este amor quando entramos em contato com a Consciência Espiritual.
*Clique aqui para ver texto onde
explica sobre a terminologia “amor do espírito”.